Os jornalistas da "República" alertam a opinião pública para uma manobra que visa calar mais uma - e provavelmente a mais forte - das vozes livres deste país. Sabem os jornalistas da "República" que este jornal pertence ao povo português, ao qual se dirige e cujos interesses defende e particularmente aos seus cem mil leitores, que lhe asseguram as suas possibildades materiais de sobrevivência.

Por isso a "República" não é propriedade exclusiva dos seus trabalhadores que têm de prestar como todos os trabalhadores da Informação o serviço público.

Os jornalistas da "República", que se encontram em reunião permanente na sede do jornal, mas ameaçados de expulsão do seu local de trabalho, opõem-se terminatemente ao afastamento compulsivo dos directores e da chefia da Redacção.

Os jornalistas da "República" reiteram a sua solidariedade aos camaradas em risco de serem compulsivamente afastados, nomeadamente Raul Rego, incontestável figura de resistente e lutador antifascista que acaba de ser eleito à Assembleia Constituinte e a quem o 25 de Abril tanto deve.

Os jornalistas da "República" estão impedidos de dar conta aos seus leitores, nas colunas do seu jornal, do que se está a a passar.